O governador João Doria (PSDB) afirmou ter enviado um ofício ao Ministério da Saúde pela não entrega de metade das doses previstas de vacina contra a covid-19 da Pfizer na terça-feira, 3, ao Estado de São Paulo. Segundo ele, 228.150 imunizantes não foram enviados, "sem nenhuma justificativa" do governo federal.
Ele qualificou a situação de uma "decisão arbitrária" e uma “queda do pacto federativo”. Além disso, pediu que o ministério "imediatamente" envie o quantitativo. “Com menos vacinas do que o prometido, o Ministério da Saúde compromete o calendário de vacinação de crianças e adolescentes no Estado de São Paulo, previsto começar em 18 de agosto”, declarou em coletiva de imprensa.
Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretaria Estadual da Saúde, lembrou que São Paulo costuma receber mais de 20% dos envios das vacinas. “Esta ação não pune o governo de São Paulo, mas a população. 228 mil pessoas podem ter sua imunização postergada por essa medida do ministério, a não ser que (o governo federal) abasteça ainda hoje o Estado de São Paulo.”
Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, o ofício enviado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reivindica a entrega das doses faltantes em 24 horas. Até o momento, a vacina da Pfizer é a única autorizada no País para a aplicação em menores de idade, de 12 a 17 anos. O Estadão procurou o ministério e não obteve retorno até a última atualização desta publicação.
Festas, shows com público em pé e jogos com torcida serão liberados em novembro
O governo Doria anunciou ainda a estimativa de que shows com o público de pé e festas, além da presença de torcida em eventos esportivos (como jogos de futebol), estarão liberados a partir de 1º de novembro. A estimada foi feita a partir da expectativa de que cerca de 90% dos adultos estejam com o esquema vacinal completo até a data.
A utilização de máscaras continuará obrigatória. Além disso, as organizações deverão ter controle de público, mas não foi especificado como ocorrerá.
Cerca de 4% dos profissionais da rede estadual de SP não tomaram vacina contra a covid
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, disse que cerca de 4% dos profissionais da rede estadual de educação não tomaram nenhuma dose da vacina contra a covid-19. A aplicação para trabalhadores do setor com 18 anos ou mais está aberta em todo o Estado desde 11 de junho.
"É importante fazer um alerta: esses que não tomaram nenhuma dose procurem, tomem a vacina, porque é fundamental. Eles não estão dispensados (das atividades presenciais) pelo fato de não tomarem a vacina. O profissional, mesmo com comorbidades, se tomou a decisão de não tomar a vacina, deverá voltar sim ao trabalho, exceto se faz parte de algum grupo de risco que não pode ser vacinado por prescrição médica", destacou o secretário.
Ao todo, 96% dos profisisonais de educação tomaram ao menos uma dose, o que representa 238 mil pessoas. Além disso, 44% da totalidade está com o esquema vacinal completo (duas doses ou vacina de dose única).
Internações e óbitos caem em SP, mas mortes ainda estão acima dos registros de 2020
O Estado tem 4.084.112 casos e 139.870 óbitos por covid-19 confirmados. A taxa de ocupação é de 47,5% em leitos de UTI dedicados à covid-19, o que representa 5.164 pessoas. Outros 4.859 hospitalizados estão em leitos de enfermaria, de acordo com informações do governo estadual.
A média móvel (calculada com base nos últimos sete dias) de novas internações diárias foi de 1.025 na terça-feira, 3, a menor de 2021. Ela está em curva decrescente, desde 12 de junho, quando marcava 2.760 novos hospitalizados por dia, e é semelhante aos registros de meados de novembro. "É a vacinação que impacta (na queda)", justificou o secretário Jean Gorinchteyn.
Já a média móvel foi de 246 novos óbitos diários pela doença na terça-feira. Ela está em curva descendente desde abril, mas segue superior aos registros de janeiro deste ano e de todo 2020, quando a taxa mais alta foi de 219 mortes diárias, em 15 de setembro.
Estadão
0 Comentários