Em discurso durante cerimônia para relembrar o 11 de Setembro que aconteceu neste sábado (11) em Shanksville, Pensilvânia, o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush chamou atenção para a falta de união nacional 20 anos após o maior ataque terrorista ter acontecido no país.
"Nas semanas e meses que se seguiram aos ataques do 11 de Setembro eu tive orgulho em liderar pessoas resilientes e unidas. Quando se trata de unidade na América, aqueles dias parecem distantes", afirmou Bush, que presidia os Estados Unidos em 2001, ano em que aconteceram os atentados.
Hoje, disse Bush, "toda divergência se transforma em discussão e toda discussão em um choque de culturas". "Muito de nossa política se tornou um apelo descarado à raiva, ao medo e ao ressentimento", acrescentou.
O ex-presidente pediu unidade em meio à crescente divisão política nos EUA, discursando sobre o acolhimento de muçulmanos, imigrantes e refugiados. "Essa [é a nação] que fomos e podemos ser", disse.
Durante sua fala, o ex-presidente também relembrou a coragem de membros do serviço de primeiros-socorros depois do ataque às Torres Gêmeas, em Nova York. Ele também fez elogios aos civis que ajudaram no resgate e aos milhares de americanos que serviram às Forças Armadas.
"Vocês foram uma força em favor do bem no mundo e nada que aconteceu pode manchar sua honra", disse, referindo-se aos militares que atuaram no Afeganistão.
Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001 sob comando de Bush, que argumentava ter como objetivo atacar campos de treinamento terroristas da Al Qaeda e instalações militares do Talibã. O país também invadiu, em 2003, o Iraque, sob a alegação de que o regime de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa.
Palco de uma das cerimônias do 11 de Setembro, Shanksville, na Pensilvânia, foi onde o voo 93 da United Airlines caiu, depois que, acredita-se, passageiros travaram um embate com militantes da Al Qaeda que sequestraram a aeronave.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, também fez um discurso no local, permeado de referências sobre a união entre americanos.
"Nos dias que seguiram [aos ataques] fomos lembrados que unidade é possível na América. A unidade é imperativa na América e essencial para nossa segurança, para nossa posição diante do mundo", acrescentando que "unidade não é uniformidade".
"Temos diferenças de opinião, mas aprendi que, na América, nossa diversidade é nossa força", afirmou.
Outra cerimônia para marcar os 20 anos do 11 de Setembro também aconteceu em Nova York às 8h41 locais deste sábado (11), com a presença do presidente Joe Biden e seus antecessores democratas, Barack Obama (2009-2017) e Bill Clinton (1993-2001), junto de sua mulher, Hillary, que em 11 de setembro de 2001 era senadora pelo Estado de Nova York.
Folha
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