© WILTON JUNIOR/ESTADÃO O presidente Jair Bolsonaro durante a cerimônia de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar pela Marinha, no Rio |
RIO – A seis dias do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em cerimônia da Marinha, que "com flores não se ganha guerra". Ele esteve na zona norte do Rio para uma homenagem a atletas militares que conquistaram medalha nas Olimpíadas de Tóquio.
"Com flores não se ganha guerra. Se você fala de armamento... Se você quer paz, se prepare para a guerra", disse, após mandar o boxeador Hebert Conceição, medalhista de ouro, "enfiar a porrada".
Bolsonaro tem intensificado a convocação de participantes e a retórica armamentista radicalizada de olho nas manifestações da semana que vem. No início da semana, por exemplo, recomendou que a população comprasse fuzis em vez de feijão. O presidente deve acompanhar presencialmente os atos de Brasília e São Paulo. Um dos principais motes da mobilização é o ataque ao Judiciário, com foco no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral.
Cinco atletas foram agraciados, nesta manhã, com a Medalha Mérito Desportivo Militar, criada em 2006. Estiveram no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, na zona norte da cidade, os medalhistas de ouro Ana Marcela, da maratona aquática, e Hebert Conceição, do boxe, a de prata, Beatriz Ferreira, do boxe, e os de bronze Daniel Cargnin, do judô, e Abner Ferreira, do boxe.
Escolhido por Bolsonaro, Conceição recebeu ainda uma outra medalha das mãos do presidente. Ela continha os dizeres "Clube Bolsonaro: imorrível, imbrochável e incomível". O atleta se disse honrado por recebê-la. "Poder ser reconhecido nessa cerimônia pela nossa entidade maior é uma honra imensa", afirmou o boxeador.
Perguntado sobre ter sido citado por Bolsonaro para falar de guerra e armamento, o atleta disse que respeita a opinião do presidente, mas que não tem acompanhado o noticiário político para opinar.
No breve discurso proferido no Rio, o presidente evocou ainda a pandemia: vangloriou-se de nunca ter deixado de ir às ruas "para saber o que o povo sentia". Apontou ainda a criação do auxílio emergencial, mas sem citar que o valor inicial sugerido pelo governo, de R$ 200, foi triplicado pelo Congresso.
Acompanharam o evento os ministros Walter Braga Netto, da Defesa, Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência Social, João Roma, da Cidadania, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Estadão
0 Comentários