Por Ronaldo Cunha Lima Filho
O relatório do inquérito da Polícia Federal, com mais de 900 páginas, fruto de uma investigação que levou 2 anos, não deixa dúvidas: a tentativa de golpe foi uma realidade e só não se consumou porque militares de alta patente não aderiram à trama medonha. E não foi por falta de pressão.
Mas Bolsonaro não sabia de nada! Não é verdade, sabia sim!
Ainda em 2018, o presidente começou a difundir um discurso que punha em cheque a credibilidade das urnas eletrônicas. Esse desatino virou um mantra do seu governo. Era o embrião do levante.
O principal articulador da rasteira institucional fracassada foi o ajudante de ordem do presidente, Mauro Cid. Ele era a extensão de Bolsonaro.
Tudo isso é assustador. O golpe foi um mico, um vexame, mas tem que resultar em rigorosa e exemplar punição para os envolvidos.
O movimento de 8/1, nesse contexto, ganha novas nuances. As peças começam a se encaixar. Os militares que não se dobraram ao chamamento criminoso, merecem ser aplaudidos de pé. Não fosse a brava resistência, o país teria mergulhado num tempo de trevas e incertezas.
Fico estarrecido com aqueles que defendem o golpe. Ou não sabem de 1964 ou simplesmente esqueceram: censura, perseguição, arbitrariedades, tortura, mortes.
Particularmente vivi os efeitos da nefasta ditadura. Meu pai, o Poeta Ronaldo Cunha Lima, 42 dias após ser eleito prefeito de Campina Grande, foi cassado sem qualquer justificativa minimamente plausível pelo governo militar. Tivemos que ir “exilados” inicialmente para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro. Foram tempos difíceis e dolorosos.
Nossa jovem democracia, com seus defeitos e desacertos, ainda é o melhor caminho na busca da paz e do desenvolvimento. O voto é a nossa grande arma. Tem que resolver no voto. Não é na bala nem no golpe. Cadeia para os delinquentes. Viva o Brasil!
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