Pode não parecer mas a vitória foi da democracia

Por Ronaldo Cunha Lima Filho

A consagradora e histórica vitoria de Donald Trump, ironicamente é a vitória da democracia. Queira você ou não.  

Ele, um radical de extrema direita, que aqui acolá  flerta com o fascismo assusta, mas também encanta. Encantou a maioria do povo americano e conquistou pela segunda vez, a presidência dos EUA, o mais rico país do globo. 

Acredito piamente que o atentado do qual foi vítima teve um peso decisivo nessa consecução.  Por muito pouco ele não morreu, isso diante dos olhares estupefatos do planeta. 

Por aqui a facada em Bolsonaro gerou efeito semelhante. 

Trump instala uma nova ordem mundial. 

A tibieza de Biden também contribuiu para a vitória dos republicanos. Trump coleciona medidas controversas. Uma das mais emblemáticas foi a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima. Esse acordo, assinado por 195 países, tem  como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 

Seu discurso racista e xenófobo assusta e causa espanto e ainda assim, ele venceu e foi além: fez a maioria da câmara  e do senado. Barba cabelo e bigode.  

O republicano venceu no colégio eleitoral e venceu no voto popular. 

Particularmente acho que a visita que fez no primeiro mandato a Coreia do Norte, uma das mais sombrias ditaduras do mundo, comandada pelo lunático ditador, Kim Jong Un, acresce mais um condenável comportamento ao seu currículo.  

“Eu vou construir um muro e o México vai pagar por ele.”

“Todos os mexicanos são estupradores e traficantes.”

“A mudança climática é apenas uma farsa.”

“A mídia é desonesta e corrupta”.

“Eu não pago impostos porque sou um gênio financeiro”.

Este é Donald Trump. 

Seu discurso da vitória, proferido na madrugada, fugiu do script tradicional . Nada de radicalismo nem ataques a Kamala. Que assim seja. 

Todos esperamos equilíbrio e moderação. 

Um derradeiro aspecto que me impressiona é a sua obstinação. Trump conquistou a tão almejada presidência lutando tenazmente contra um elenco de adversidades. A tenacidade é a sua maior virtude, a língua o maior defeito.