+1 - Relatório do TCE-PB derruba nomeação da filha de Adriano Galdino, acusada de ser funcionária fantasma e por nepotismo cruzado

 


Uma auditoria feita pelo próprio Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) revelou o que muitos já suspeitavam: a filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino, nunca atuou de fato no cargo comissionado que usou como justificativa para ser indicada ao cargo de conselheira do Tribunal. Alanna Camilla Santos Galdino Vieira foi nomeada conselheira pelo governador João Azevêdo, mas teve sua posse barrada após o Ministério Público de Contas denunciar uma série de irregularidades.

O caso é grave. Segundo o relatório técnico, Alanna estava lotada na Secretaria de Planejamento, mas ninguém sabia ao certo o que ela fazia lá. Chefes diretos nunca a viram, colegas de setor também não, e não há qualquer controle de ponto, atribuições claras ou registro de atividades. Mesmo assim, ela recebeu mais de R$ 646 mil dos cofres públicos ao longo dos anos como “Agente de Programas Governamentais”, um cargo que sequer tem descrição legal definida.

A cereja do bolo foi sua indicação relâmpago ao cargo vitalício de conselheira do TCE-PB — justamente o órgão que fiscaliza os gastos do Estado. A candidatura foi única, aprovada sem sabatina pública, em um processo de apenas 13 dias. Detalhe: foi o próprio pai da indicada, Adriano Galdino, quem articulou diretamente com os deputados a aprovação da filha, fato registrado em imagens e mencionado no relatório da auditoria. Ele se absteve da votação, mas não da articulação.

A auditoria concluiu que houve favorecimento pessoal, descumprimento de normas regimentais da Assembleia e, sobretudo, a prática de nepotismo cruzado. A tentativa de emplacar a filha em um cargo estratégico de fiscalização, com salário elevado e estabilidade até a aposentadoria, foi classificada como incompatível com os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade. O TCE, pressionado pelas evidências, suspendeu a nomeação.

Perguntar não ofende: Quantos outros cargos de confiança seguem sendo ocupados por pessoas que não trabalham, mas recebem como se trabalhassem? Até quando o serviço público será tratado como herança de família por certos grupos políticos?



Redação com G1

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